Design Thinking no Ensino por Investigação de Ciências e Biologia

Tenho folheado alguns livros com experimentos para as aulas de Ciências e Biologia e cada vez mais fico preocupado com a ausência de situações didáticas, nessas práticas, que promovam conflitos cognitivos nos alunos. São sequências lineares, sem uma contextualização e principalmente provocação a partir dos conceitos prévios dos estudantes. Os alunos apenas seguem uma sequência proposta e finalizam com um relatório ao acabarem o experimento. Geralmente, essas práticas estão dissociadas das teorias e pouco têm contribuído para a alfabetização científica.

Renomados autores do ensino de ciências no Brasil têm estimulado o ensino por investigação nas escolas brasileiras por possibilitar um maior envolvimento do aluno na construção do conhecimento, assim como torná-lo o protagonista do processo.

Azevedo (2008) defende que as aulas experimentais de ciências, em geral, devem levar em consideração seis passos: (1) proposta do problema, (2) levantamento de hipóteses, (3) elaboração do plano de trabalho, (4) montagem do arranjo experimental e coleta de dados, (5) análise de dados e (6) conclusão. Cada etapa proposta exige um grande envolvimento do estudante na estruturação da atividade experimental, seja em um laboratório ou em qualquer outro espaço. Neste processo, o aluno não apenas segue um receituário proposto pelo professor, mas atua como o principal elemento da sala de aula, sintonizando, desta forma, com os critérios de uma metodologia ativa.

Pesquisadores do ensino de ciências, em especial os de Biologia, têm investigado a inserção do Design nas aulas teóricas e práticas. Design Learning, Design Research e Design Thinking são algumas das propostas viáveis para as nossas salas de aula. Imaginem transformar nossa aula é um celeiro de produção, estimulando a criatividade e a imaginação? Nossos alunos passam a ser designers da sua própria aprendizagem.

Bem, dentre essas propostas, o Design Thinking pode ser uma excelente ferramenta para a elaboração de aulas com experimentos no ensino de Ciências e Biologia. O Design Thinking apresenta cinco etapas: (1) Descoberta, (2) Interpretação, (3) Ideação, (4) Experimentação e (5) Evolução. Todas essas etapas se relacionam muito bem com os passos propostos por Azevedo (2008) quando explicita como devemos desenvolver aulas experimentais com nossos alunos.

 

 

Para maiores esclarecimentos, super recomendo a leitura do arquivo Innovating Pedagogy 2016, com uma parte exclusiva sobre Design Thinking na Educação. O site Design Thinking para Educadores também é bem interessante, com apostilas e vídeos free. E por fim, recomendo o livro organizado por Anna Maria Pessoa de Carvalho Ensino de Ciências por Investigação.

Em breve, um curso de extensão será ministrado na UFPE sobre como elaborar aulas práticas de Ciências e Biologia utilizando as etapas do Design Thinking. Caso tenha interesse em participar desse curso, envie email para aprendizagemmovel@marcosbarros.com.br .

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