Pedagogia do Desconforto

Entre os dez documentos publicados pelo Innovating Pedagogogy, a tendência Pedagogia do Desconforto tem chamado minha atenção no tocante às questões de inclusão no ensino superior. Esta tendência faz parte do Innovating Pedagogy 2022 que tem sido produzido pela Open University no Reino Unido. Ela foi desenvolvida em 1990 por Megan Boler e consiste em um processo de auto exame que possibilita que os estudantes possam pensar sobre suas concepções tradicionais sobre racismo, opressão e injustiça social. No processo, a autora defende que precisamos provocar situações no grupo que gerem emoções sobretudo emoções que gerem desconforto.  

A Pedagogia do Desconforto tem sido usada em várias atividades educacionais envolvendo a saúde indígena, a política de conflitos, os estudos de imigração, a descolonização da educação, entre outros. Na pedagogia do desconforto, “as emoções são um ferramenta poderosa para questionar e interromper ideias preconcebidas, enquanto o coletivo debate e reflexão sobre essas emoções entre alunos e professores podem criar novos entendimentos que podem levar a uma chamada para a ação por meio de “novas formas de ser e de fazer”, declara o documento.

A Pedagogia do desconforto apresenta 4 elementos: (1) passar os alunos de uma concepção de expectador para testemunha, (2) compreender e explorar a raiva, (3) evitar a armadilha de inocência e culpa e (4) aprender a conviver com ambiguidades. Ela é uma ferramenta poderosa que pode ajudar os professores e alunos a utilizar seu desconforto para experimentar novas compreensões emocionais de si mesmos e formas de viver com os outros.

Maiores informações, acesse o Innovating Pedagogy 2022 aqui!