A Open University do Reino Unido lança Relatório sobre Práticas Inovadoras
O relatório Innovating Pedagogy 2017, récem lançado por pesquisadores da Open University no Reino Unido, fortalece a máxima de que Inovação não é só se apropriar das Tecnologias Digitais da Informação e Comunicação. Os recursos tecnológicos podem até contribuir com a inovação pedagógica, mas o foco mesmo é centrar o aluno no processo da aprendizagem, pensar e agir diferente, afim de estimular novas construções de conhecimento.
Este documento é publicado desde 2012 e este ano listou dez grandes tendências metodológicas inovadoras que fazem toda a diferença na sala de aula.Preferi deixar os termos na língua inglesa porque as traduções que são comumente divulgadas não são atrativas).
- Spaced learning (Aprendizagem Espaçada)
- Learners making science (Aprendizes Fazendo Ciência)
- Open textbooks (Livros Educacionais Abertos)
- Navigating post-truth societies (Navegando em Sociedades Pós-Verdade)
- Intergroup empathy (Empatia Intergrupal)
- Immersive learning (Aprendizagem Imersiva)
- Student-led analytics (Análise Dirigida pelo Aluno)
- Big-data inquiry: thinking with data (Investigação com Grandes-Dados: pensando com dados)
- Learning with internal values (Aprendizado com Valores Internos)
- Humanistic knowledge-building communities (Construção de Conhecimento em Comunidades Humanísticas)
O Spaced Learning é uma metodologia bem interessante, ancorada nos preceitos da neurociência, que procura dinamizar o tempo das atividades a serem desenvolvidas em sala de aula. Paul Kelley e Terry Whatson criaram um método de ensinagem que consiste em três sessões de vinte minutos, com 10 minutos de break entre elas. Essa metodologia é muito indicada para as as aulas expositivas. O Learners Making Science têm sido uma excelente ferramenta para promover um maior engajamento entre os cidadãos em relação aos procedimentos das ciências sociais e naturais. Ao utilizar o método científico, os estudantes despertam com maior vivacidade o pensamento crítico e reflexivo. Vários projetos científicos podem ser beneficiados com plataformas móveis digitais para acesso em larga escala e com participação de um maior número de envolvidos. Os Open Textbooks chegaram para revolucionar a produção editorial na educação. Com esses recursos educacionais abertos ( REA), os estudantes podem, ao baixarem um livro, reutilizarem, reescreverem, revisarem e reeditarem, por exemplo. Um mundo de possibilidades surge numa sala de aula com esta tendência. O Navigating post-truth societies tem possibilitado uma grande discussão na era das notícias falsas que invadem as grandes redes sociais, possibilitando o cenário da Educação Epistêmica como uma metodologia inovadora. Entende-se por cognição epistêmica como as pessoas adquirem e justificam o conhecimento, assim como seu entendimento da natureza dessa conhecimento. O Intergroup Empathy e o Immersive Learning são metodologias inovadoras que procuram criar cenários amigáveis para que os estudantes estabeleçam melhores condições para construir conhecimento. No Intergroup Empathy vários elementos precisam ser considerados como a mediação, a gamificação e a realidade virtual, por exemplo. No Immersive Learning os cenários criados possibilitam que os participantes se sintam coadjuvantes do processo, vivenciando, tomando decisões, resolvendo problemas ou mesmo praticando. No Student-led Analytics e no Big-data Inquiry: thinking with data exemplificam a importância de vivenciarem bases de dados para que os estudantes possam definir a atingir seus próprios objetivos, assim como compreender o mundo trabalhando com grandes conjuntos de dados. O Learning with Internal Values reflete a importância de utilizar os interesses dos alunos a fim de inspirer o processo de aprendizagem. Quando a aprendizagem é baseada em nossos valores internos, é bem mais fácil estar mais disposto e colocar mais esforços para a construção do conhecimento. Por fim, temos o Humanistic Knowledge-building Communities que envolvem dois caminhos: a educação humanista e as comunidades de construção do conhecimento. A educação humanística visa ajudar as pessoas a se tornarem abertas a experiência, mais criativas e auto-dirigidas. As comunidades de construção de conhecimento visam promover o conhecimento coletivo de uma comunidade. A metodologia Humanistic knowledge-building communities desenvolvem seus conhecimentos e as suas formas de forma integrada e transformadora.
Bem, percebemos que nessas dez tendências metodológicas as Tecnologias Digitais da Informação e Comunicação podem auxiliar e facilitar vários processos, entretanto o grande desafio ainda consiste em enxergar o aluno como elemento prioritário no processo pedagógico.
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